As “coisas estão muito difíceis”

O que mais escuto todos os dias é que as “coisas estão muito difícies”.
É fato, já estamos há mais de um ano vivendo essa situação de pandemia por COVID-19.
Muitas mortes em todos os lugares. Muitos lutos em tantas casas.
Tenho medo que  a morte e o luto se tornem algo “banal”.  Explicando melhor: por não darmos mais conta de experimentar as perdas,  retiramos-nos afetivamente para sobreviver. Como criar uma casca para não sentir. São nossas defesas.

Há muito sofrimento ao nosso redor, e o percebemos doendo em nossa espinha quanto mais perto chega de  nós. Por mais empatia que possamos ter, é quando chega bem pertinho de nós que  mais nos damos conta da gravidade desse momento. Muito grave, gravíssimo!

Muita ansiedade ronda o ar, insegurança, surtos psicológicos, desespero, desesperança etc.

Quanto tudo isso irá acabar? Uma pergunta que todos desejamos saber a resposta. Contudo, não sabemos. Ainda pode demorar um par de anos.

A vacina vem como a esperança de tantos. Mas, ao mesmo tempo, a própria vacina gera pavor em tantos outros, por ainda não se ter sequer a certeza de sucesso na imunização  e segurança quanto aos efeitos adversos no futuro.

A vida realmente não está fácil!
Uma coisa é certa: esse momento revela a capacidade que cada personalidade  tem para resistir às fortes adversidades da vida humana. Uns mais, uns menos. Alguns não aguentam e adoecem psicologicamente, tendo por vezes efeito somático.

Como sobreviver a tudo isso?
Não temos receitas. Cada um precisa achar um mecanismo de enfrentamento dessa adversidade.

Contudo,  é preciso:

  • Segurar na mão de um SER  maior – para não perder a esperança e a fé – e sentir-se protegido;
  • Afastar-se um pouco das notícias, sem ficar alheio, pois de tanto se ouvir coisas ruins, ou se enrijece ou corre-se o risco de surtar;
  • Encontrar um bom projeto para ocupar a mente;
  • Melhorar o estilo de vida;
  • Manter as boas relações pessoais;
  • Se permitir ser cuidado terapeuticamente – isso é muito bom. Eu agradeço por poder ter meu terapeuta.

Caro leitor, espero que você encontre uma maneira de  manter  sua psyche sana.  Lembrando que cuidar dos outros é bom, mas cuidar de si mesmo é primordial.  Fica minha sugestão  para a inclusão de mais autocuidado em suas atividades de vida diária.

Torcendo pela sua saúde emocional e de cada ser humano.

Meu apreço,
Psi. Beatriz Farias Alves Yamada
CRP 06/127735

2 comentários em “As “coisas estão muito difíceis””

  1. Andrea Gadea Heringer

    Texto escrito em boa hora, me identifiquei e criou conexão,isso traz conforto saber que a dúvida é válida, a forma como lidamos com ela
    é única e pessoal.

    1. Beatriz Yamada

      Querida Andrea.
      Isso mesmo. A gente precisa se conhecer mais para validar nossas decisões. Não adianta ir na onda e depois sofrer as consequências.
      Obrigda por sua presença por aqui.
      Beijos e saúde.

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